segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

BLOWING IN THE WIND

Começo de ano.
Época de rever as metas e os planos traçados, alcançados ou não.
Sinto uma certa melancolia ao pensar que apesar de tantos sonhos, o futuro não depende de nós.
Deixar de fazer planos? Jamais!
São eles que nos mantém vivos, são eles que renovam nossas esperanças a cada novo dia.
É a possibilidade de vitória que nos empurra para frente, mesmo quando achamos que não temos mais forças para continuar.
Mas minha grande descoberta, que me fez rever meus conceitos e minha visão do mundo, que me fez repensar minha importância e o raio que ela atinge e como ela atinge os outros, foi saber abrir mão de certos planos em favor do plano total.
Saber soltar as rédeas e acreditar que o destino é o melhor condutor.
Saber ouvir a trilha sonora, afinar os ouvidos e perceber a discreta e delicada musica de fundo que toca enquanto vivemos, aquela que diz:
- vou levar a vida a onde ela quiser...
Acho que raramente entendemos os passos do destino, especialmente quando ele provoca uma reviravolta dessas de tirar o fôlego e o chão de quem se encontra no centro do furacão.
Nunca tive tanto tempo para pensar.
Nunca tive tantas opções ao mesmo tempo e ao mesmo tempo nenhum caminho a seguir,
Penso nos fatos, nas pessoas envolvidas, na maneira como o destino conduziu os acontecimentos, no impacto causado em todos que vivem ou que giram ao nosso redor.
Pessoas que nunca havia visto antes me confidenciam o quanto minha historia influenciou suas vidas.
A imagem que me vem é daquele lago de águas calmas e tranqüilas em frente ao qual passamos o tempo nos distraindo enquanto jogamos pedrinhas que lentamente vão formando círculos concêntricos na superfície espelhada.
De repente vejo minha vida exatamente assim, formando círculos cada vez maiores que dependem muito pouco da minha própria vontade e muito mais das proezas do próprio destino.
Virei uma observadora feroz, com pensamentos cada vez mais afiados e especulações cada vez mais tortuosas.
Tal qual Narciso, muitas vezes me surpreendo buscando o reflexo de minha imagem no desenho de traços esmaecidos que se espalha pela superfície vítrea.
Já não tenho medo de me afogar nessa busca profunda, tal qual Narciso.
Metas para 2010?
Jogar a primeira pedrinha e ver mais e mais círculos se expandindo naturalmente, chegando cada vez mais longe.

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